SR. DIRECTOR!
Os meus sinceros agradecimentos a V. Excia pela gentileza de autorizar a fazer uso deste espaço público. A cidade de Maputo nos últimos dias virou um “campo” propício de prática de crimes hediondos como o sequestro, onde os criminosos exigem somas avultadas para um possível resgate das vítimas. Tenho a percepção de que os autores deste tipo de crimes, pela sua natureza, fazem um pré-estudo para avaliar o estado socioeconómico das vítimas, um dos principais requisitos para se ser uma “presa”. Homens, mulheres, velhos e crianças podem ser vítimas desde que reúnam este requisito.
Contudo, o sequestro que se deu na passada segunda-feira, 11 de Agosto de 2008, deixou-me escandalizado, pela forma invulgar como aconteceu. Desta vez a vítima foi um jovem amigo, carinhosamente tratado por “Bina”. Foi surpreendido quando regressava de mais uma jornada de trabalho, às dezoito horas em plena Av. Vladimir Lenine, por sinal uma das mais movimentadas da cidade Maputo, por dois jovens que o ameaçaram com “armas brancas” e obrigaram-no a entrar dentro de uma viatura ligeira.
Segundo conta a vítima, o acto foi tão rápido, o que fez com que não tivesse “chances” de aperceber-se de que estava sendo sequestrado. O que mais me espanta é que era hora de ponta e ninguém viu. Já dentro da viatura vendaram-lhe os olhos e levaram-no até a uma dependência algures no Alto Maé. De seguida “os psicopatas” ordenaram ao jovem para que tirasse todo o dinheiro que trazia e o telemóvel. Para a sorte ou azar do jovem, naquele dia não trazia nada, nem sequer dinheiro de “chapa”. Frustrados e não acreditando no que o jovem dizia, revistaram-no até à roupa interior e espancaram-no até a exaustão.
Acrescenta ainda que levou tanta “porrada” que se fosse mágico, teria feito com que aparecesse o dinheiro exigido pelos bandidos. Lá por volta das zero horas ameaçaram-lhe de morte à facada.
Estes “animais irracionais e selvagens” vendo que o jovem “Bina” de facto não tinha dinheiro e nem sequer um bem material, quiseram deixar-lhe com uma marca para se recordar por toda a vida, típico dos “tsotsis” sul-africanos. Um dos “irracionais” ordenou que se fervesse água na chaleira eléctrica. Fervida a água, foi lhe deitada, atingindo em “cheio” uma parte do rosto e pescoço. É só imaginar o que o jovem sentiu naquele momento, sem ajuda e sendo violentado de maneira tão cruel. Qual é o mal que cometeu? Um jovem honesto que “ganha” a vida de forma digna.
Ainda nas primeiras horas da madrugada vendaram-lhe novamente, amarraram-no, tendo de seguida sido metido no carro e foram atirar-lhe como se de lixo se tratasse, próximo à estátua de Eduardo Mondlane.
Minutos depois o jovem pediu ajuda aos seguranças de vários estabelecimentos comerciais, mas foi em vão porque a indiferença era enorme. Sozinho caminhou em direcção à sua residência no Bairro Central onde recebeu os primeiros socorros.
A vítima esteve em coma durante dois dias no Hospital Central de Maputo. Escrevo estas linhas, horas depois de ter visitado o jovem, já em convívio familiar. Está traumatizado e com o rosto desfigurado. O seu maior desejo é que a justiça seja feita.
Soube que a Polícia de Investigação Criminal já está a envidar esforços no sentido de neutralizar os criminosos. A minha vontade é de ver os imbecis a serem severamente punidos.
Maputo está virando radicalmente uma cidade perigosa, portanto acautelemo-nos porque todo o cuidado é pouco.
Rápidas melhoras para o jovem “Bina”.
Os meus sinceros agradecimentos a V. Excia pela gentileza de autorizar a fazer uso deste espaço público. A cidade de Maputo nos últimos dias virou um “campo” propício de prática de crimes hediondos como o sequestro, onde os criminosos exigem somas avultadas para um possível resgate das vítimas. Tenho a percepção de que os autores deste tipo de crimes, pela sua natureza, fazem um pré-estudo para avaliar o estado socioeconómico das vítimas, um dos principais requisitos para se ser uma “presa”. Homens, mulheres, velhos e crianças podem ser vítimas desde que reúnam este requisito.
Contudo, o sequestro que se deu na passada segunda-feira, 11 de Agosto de 2008, deixou-me escandalizado, pela forma invulgar como aconteceu. Desta vez a vítima foi um jovem amigo, carinhosamente tratado por “Bina”. Foi surpreendido quando regressava de mais uma jornada de trabalho, às dezoito horas em plena Av. Vladimir Lenine, por sinal uma das mais movimentadas da cidade Maputo, por dois jovens que o ameaçaram com “armas brancas” e obrigaram-no a entrar dentro de uma viatura ligeira.
Segundo conta a vítima, o acto foi tão rápido, o que fez com que não tivesse “chances” de aperceber-se de que estava sendo sequestrado. O que mais me espanta é que era hora de ponta e ninguém viu. Já dentro da viatura vendaram-lhe os olhos e levaram-no até a uma dependência algures no Alto Maé. De seguida “os psicopatas” ordenaram ao jovem para que tirasse todo o dinheiro que trazia e o telemóvel. Para a sorte ou azar do jovem, naquele dia não trazia nada, nem sequer dinheiro de “chapa”. Frustrados e não acreditando no que o jovem dizia, revistaram-no até à roupa interior e espancaram-no até a exaustão.
Acrescenta ainda que levou tanta “porrada” que se fosse mágico, teria feito com que aparecesse o dinheiro exigido pelos bandidos. Lá por volta das zero horas ameaçaram-lhe de morte à facada.
Estes “animais irracionais e selvagens” vendo que o jovem “Bina” de facto não tinha dinheiro e nem sequer um bem material, quiseram deixar-lhe com uma marca para se recordar por toda a vida, típico dos “tsotsis” sul-africanos. Um dos “irracionais” ordenou que se fervesse água na chaleira eléctrica. Fervida a água, foi lhe deitada, atingindo em “cheio” uma parte do rosto e pescoço. É só imaginar o que o jovem sentiu naquele momento, sem ajuda e sendo violentado de maneira tão cruel. Qual é o mal que cometeu? Um jovem honesto que “ganha” a vida de forma digna.
Ainda nas primeiras horas da madrugada vendaram-lhe novamente, amarraram-no, tendo de seguida sido metido no carro e foram atirar-lhe como se de lixo se tratasse, próximo à estátua de Eduardo Mondlane.
Minutos depois o jovem pediu ajuda aos seguranças de vários estabelecimentos comerciais, mas foi em vão porque a indiferença era enorme. Sozinho caminhou em direcção à sua residência no Bairro Central onde recebeu os primeiros socorros.
A vítima esteve em coma durante dois dias no Hospital Central de Maputo. Escrevo estas linhas, horas depois de ter visitado o jovem, já em convívio familiar. Está traumatizado e com o rosto desfigurado. O seu maior desejo é que a justiça seja feita.
Soube que a Polícia de Investigação Criminal já está a envidar esforços no sentido de neutralizar os criminosos. A minha vontade é de ver os imbecis a serem severamente punidos.
Maputo está virando radicalmente uma cidade perigosa, portanto acautelemo-nos porque todo o cuidado é pouco.
Rápidas melhoras para o jovem “Bina”.
Notícias - 19 Agosto/2008
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