26 de agosto de 2008

Leituras (4)

Clepsidra
Em Maio / Junho íamos pelos campos onde, fascinados, admirávamos os voos errantes, ilógicos, uns arabescos traçados ao sabor do acaso no seio do ar por pares de borboletas que entretanto se amavam.
Fazer amor em voo, tendo o ar como leito.
E logo depois íamos surpreender esses mesmos casais de borboletas, já apartados, a chuchar o néctar de uma madressilva, a sujar as asas com o pólen que depois era semeado noutras paragens.
Nós, então, íamos colher flores silvestres: de todos os nomes, de todas as cores; de todas as raças: amarelas; verdes; azuis, pretas (?) vermelhas, lilás...
Fernando Manuel - Tanglomanglo
Savana - 1 Agosto/2008

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