26 de outubro de 2008

Leituras

Violência doméstica: a fala dos agressores
(...) o não cumprimento das "obrigações" por parte das esposas ou parceira aparece como a principal causa da violência doméstica. Como referiu um agressor, "o problema é que em casa há dois a mandar", acrescentando depois que "ela pensa que é homem".
(...) eis algumas justificações: chegada a casa fora das horas consideradas convenientes, não execução de tarefa domésticas, falar ao marido "sem respeito", fazer o planeamento familiar, ter ciúme.
(...) Segundo o parecer das vitimas, a intervenção da familia do agressor varia dentro de um espectro largo: i) apoio totalmente a posição do marido ou companheiro, ii) procura manter-se distante ou então tenta minimizar os episódios de violência ocorridos e iii) apoia a vitima e tenta "chamá-lo à razão".
No que respeita à primeira opção temos o seguinte exemplo (49 anos, ent.):
"A violência começou mesmo em Manica. Os meus pais já tinham morrido e a família dele achava normal: "Não tem problemas. (...) quado ele ficar fim-de-semana, sábado e domingo, sem te dar porrada, se já tem um ano, dizia assim mesmo, um ano sem bater a pessoa não fica bem. Está a ver, a família disse "você tem que aguentar".
(...) Você tem que aguentar, é assim mesmo no lar".

A Verdade - 22 Outubro/2008

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