29 de dezembro de 2008

Leitura

A maré de corrupção em que o país está mergulhado tem as suas origens na permissividade, tolerância e compadrios para com procedimentos ilícitos. O exemplo veio de cima e espalhou-se pela plebe. O mau exemplo, reconheça-se.
Deixou-se de actuar e de combater os crocodilos nas margens do rio quando estes eram pequenos ou ainda estavam no ovo. Agora os mesmos estão crescidos e no meio do rio a comer-nos. “A comerem o sangue fresco da manada”…
Aquela avalanche de criação de empresas privadas à custa da privatização do parque industrial estatal está-se revelando fatal para o país. Não digo isto pela privatização em si. Falo destas privatizações a favor de quem não foi capaz de manter as empresas estatais e os empregos e foi o que se viu depois a gerirem já como proprietários: a mesma ou pior desgraça ainda.
Tudo tem origem naqueles dias. Aqueles tempos em que a corrupção não possuía oficialmente rosto.
O que se tolerou provavelmente em nome do empoderamento negro e não só, hoje constitui um cancro social autêntico para o país em que a maioria vítima disso também é negra – à parte os preconceitos, entendam-me por favor.
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Noé Nhamtumbo
Canal de Moçambique - 29 Dezembro/2008

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