28 de janeiro de 2009

Uma rectificação necessária...

Quem não conhece a história da Branca de Neve e os 7 anões? A donzela vendo uma casa desabitada, entrou, comeu e, cansada, adormeceu, até que foi acordada pelos 7 anões ao voltarem das suas actividades.
Nunca ninguém pensou em acusar a Branca de Neve de ter assaltado a casa dos anões...
O mesmo se passou na Esquadra da PRM da Maragra e chovem as acusações de assalto!
Felizmente que o Comando Geral da Polícia, segundo o Notícias e O País, veio esclarecer o sucedido - a referida esquadra não foi assaltada, foi simplesmente "entrada" dado estar vazia! Os respectivos "anões" tinham-se ausentado!
Dado que os "entradores" eram meninos, logo mais resistentes fisicamente, não adormeceram após o repasto o que não permitiu que a sua história tivesse o mesmo final feliz que o da Branca de Neve...

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem vista. A observação faz lembrar as belíssimas crónicas de Vasconcelos, do tempo das primeiras eleições multipartidárias.
Na crónica "Os acumuladores de votos", o autor conta que Mariano Matsinha, em 1995, saiu a público, defendendo ser ilegal, afirmar que a Frelimo tinha perdido ou ganho aqui ou acolá e que a Renamo tivesse tido vitória neste ou naquele círculo eleitoral. No seu estilo didáctico, elegante mas mordaz, Vasconcelos explicou a Matsinha que existe grande diferença entre ilegalidade, incorrecção e disparate.
Vasconcelos volta à carga, numa outra crónica intitulada "Os Agoirentos". Numa certa conferência da Frelimo, tinha sido criada uma expressão brilhante, “para dizer, sem dizer, que um partido ganhou as eleições num círculo eleitoral: ‘obter maior acumulação de votos’. Quando o Secretário para a Mobilização e Propaganda do partido Frelimo, da altura, foi entrevistado, de forma delicada, como aliás tem sido o actual, o ex Secretário evitou os verbos perder e ganhar eleições. Optou pela nova expressão: "ter vantagens numérica". Se não me engano, o actual Secretário da Frelimo, recentemente usou idêntico linguajar, ao comentar sobre a “vantagem numérica” da Frelimo, na Beira, e sobre a “vantagem numérica” de Deviz Simango em relação ao rival da Frelimo.
Isto não é brilhante? Numa perspectiva de política de continuidade, não seria de preservar estas inovações linguísticas Made in Mozambique? Num ano eleitoral, como se espera que seja o de 2009, que tal se a CNE desse cursos e consultorias de linguagem conciliadora e consensual para uma bela pátria de heróis em campanha eleitoral? Finda a contagem, nas eleições legislativas e agora também provinciais, quem tivesse vantagem numérica num círculo não seria proclamado vencedor, nem o que ficasse em desvantagem numérica seria considerado perdedor.
Não será uma forma de prevenir o tipo de problemas do país vizinho? Que pena. Porque é que a CNE não deu um curso linguístico aos Zimbabueanos, antes das eleições deles? Talvez tivessem evitado as chatices que, pelo que parece, ainda ontem uns asseguraram estarem quase ultrapassadas, mas outros dizem estarem longe das expectativas. Numa perspectiva linguística, Made In Mozambique, o MDC teria tido vantagens numérica, mas não ganhava. Mugabe teria tido desvantagem numérica, mas não perdia. Assim, não existiam razões para mudar de presidente, porque a vantagem numérica de um adversário não poderia sobrepor-se à idade, aos méritos heróicos do passado, muito menos à vontade divina.
Com um Made in Mozambique destes, haverá razões para tão baixo nível de exportações, desta bela pátria amada, pátria de heróis … imaginativos e inovadores?